Vila Isabel mistura samba e política na Sapucaí

Sem esperar a hora e fazendo acontecer, a Vila Isabel misturou política e folia com o samba-enredo Trabalhadores do Brasil, que citou o clássico Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré. O desfile teve a presença do Ministro do Trabalho, Paulo Lupi, da ex-Big Brother Fani Pacheco e da Miss Brasil Natália Guimarães, que estréia nos desfiles de Carnaval do Rio de Janeiro como rainha de bateria.

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O desfile exaltou a classe trabalhadora brasileira, focando o trabalhador na história do País desde o índio até o imigrante.

O primeiro setor, chamado "Assim era a Pindorama", trouxe a chegada dos portugueses ao Brasil, que seria uma terra de palmeiras. A ala fez referência à lenda do João de Barro. A ala das baianas representou ondas do mar, vestidas com figurinos azuis. O carro abre-alas faziam referência à saga do descobrimento com três tripés e as palmeiras e cachoeiras que tinha 3,5 mil litros d´água.

Referências aos séculos XV e XVIII abriram o segundo setor, com ênfase no trabalho escravo, o escambo, as santidades nativas e os negros. A temática da escravidão nos canaviais e a resistência nos quilombos formaram a segunda alegoria.

O terceiro carro fez mais uma referência ao período de Dom João VI no Rio, tema preferido deste Carnaval 2008, com destaque para a cena de uma festa em uma casa de um nobre da época. A escola mostra negros servindo comidas a convidados, enquanto as negras são servidas em bandejas para satisfazer sexualmente aos seus amos.

A escola homenageou também a vinda de colonos estrangeiros ao país, entre eles alemães, espanhóis, italianos, e japoneses. A bateria da agremiação veio com fantasias de samurais. A Miss Brasil Natália Guimarães veio logo à frente da ala.

O presidente trabalhista Getúlio Vargas mereceu uma alegoria, com uma escultura de metal na parte de frente do carro alegórico. No fim do desfile, a velha guarda da Vila Isabel representou os aposentados.

A escola nasceu em 1946, a partir de um bloco conhecido como Vermelho e Branco. O afastamento de alguns componentes gerou um time de futebol com as cores azul e branco, posteriormente transformado em um novo bloco carnavalesco, fundado por Antônio Fernandes da Silveira, o "China".

Ainda desfilam hoje Grande Rio e Beija-Flor.