A manifestação mais popular de Olinda saiu pelas ruas da cidade na madrugada passada. O Homem da Meia-Noite se apresentou vestido de roupa branca e gravata verde e arrastou a massa pelas ruas do centro histórico da cidade.
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Diferentemente da maior parte dos blocos de Olinda, o Homem da Meia-Noite reúne poucos turistas. Quem acompanhou o personagem de 11m de altura foi a população local.
"Eu aconselho o turista a vir e olhar de longe, porque é muita gente e o povo brinca pulando, se espremendo", diz o olindense Severino João da Silva, operador de carga em um supermercado. Ele ressalta que não tem medo de participar, mas diz que seus filhos de 13 e 15 anos não se sentem seguros desacompanhados. "Sempre vou e levo meus filhos comigo, perto de mim."
Em alguns trechos, nas ruas mais apertadas, a orquestra de frevo que acompanha o cortejo ficava impossibilitada de tocar, os músicos só conseguiam andar se colocassem os instrumentos para cima.
A aglomeração já obrigou o Clube de Alegorias e Crítica Homem da Meia-Noite, que organiza a saída do bloco, a mudar o percurso há alguns anos. Numa das ruas por onde o bloco passava houve uma briga com centenas de pessoas. Depois de quase atingirem e derrubarem o boneco gigante, o clube resolveu evitar o trecho.
O Homem da Meia-Noite é um calunga, ou seja, uma entidade mística do candomblé. Por isso, a população local não gosta de tratá-lo apenas como um boneco sem vida.
"Se você reparar bem na hora que ele sai, sempre vai ver alguém em volta chorando, emocionado", conta o presidente do clube, Luiz Adolpho Alves e Silva.
Antes da saída, os mais velhos aguardavam na porta de casa o momento da passagem do bloco. Nas fachadas foram colados cartazes de felicitações ao aniversário do senhor que já virou uma entidade e completou 76 anos no Sábado de Zé Pereira como é chamado o sábado de carnaval em Pernambuco.
Agência Brasil
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