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Sexta, 1 de fevereiro de 2008, 09h13

Nossa intenção foi cerceada, diz Viradouro

Depois de ser proibida de entrar na avenida com um carro que teria uma representação do ditador nazista Adolf Hitler como destaque, em cima da pilha de corpos nus e esqueléticos, a escola de samba Viradouro promete fazer uma crítica velada à decisão da Justiça. "Não digo que foi uma censura, mas a nossa intenção foi cerceada, de certa forma", afirmou o presidente da escola, Marco Lira.

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Embora Marco Lira não informe como será o novo carro, ele diz que abordará limitações da expressão no Brasil.

O presidente da escola disse que não faria nenhum tipo de apelação para derrubar a liminar. A decisão da juíza Juliana Kalichsztein indica que "nenhuma ferramenta de culto ao ódio" deve ser usada. O advogado da federação, Ricardo Brajterman, alegou "vilipêndio do sentimento religioso" para barrar a alegoria. "A federação queria que o carro viesse com uma faixa: Holocausto nunca mais, mas eles não aceitaram".

O presidente da federação, Sérgio Niskier, que já havia manifestado preocupação com o carro, aplaudiu a decisão: "colocar um homem fantasiado de Hitler no alto do carro seria abuso ainda maior".

A alegoria que custou R$ 400 mil já foi desmontada. A 72 horas do Carnaval, a Viradouro terá que começar um novo carro. O carnavalesco Paulo Barros disse que amanhã a alegoria estará pronta. Se o setor do Holocausto não fosse substituído, a Viradouro teria sete carros. O mínimo exigido pela Liga Independente das Escolas de Samba é cinco.

O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, diz que a substituição da alegoria não prejudica a escola. "Basta que a escola envie, antes do desfile, errata para encaminharmos aos julgadores", explicou. Barros contou que pretendia levar um Hitler arrependido para a Avenida. "O Corintho, que desfilaria no carro representando Hitler, ia fazer uma interpretação de culpa", disse, referindo-se ao empresário Corintho Rodrigues.

O Dia

Carlos Moraes/O Dia
Paulos Barros, carnavalesco da escola, chora por causa da proibição da Justiça
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