Depois de ser proibida de entrar na avenida com um carro que teria uma representação do ditador nazista Adolf Hitler como destaque, em cima da pilha de corpos nus e esqueléticos, a escola de samba Viradouro promete fazer uma crítica velada à decisão da Justiça. "Não digo que foi uma censura, mas a nossa intenção foi cerceada, de certa forma", afirmou o presidente da escola, Marco Lira.
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Embora Marco Lira não informe como será o novo carro, ele diz que abordará limitações da expressão no Brasil.
O presidente da escola disse que não faria nenhum tipo de apelação para derrubar a liminar. A decisão da juíza Juliana Kalichsztein indica que "nenhuma ferramenta de culto ao ódio" deve ser usada. O advogado da federação, Ricardo Brajterman, alegou "vilipêndio do sentimento religioso" para barrar a alegoria. "A federação queria que o carro viesse com uma faixa: Holocausto nunca mais, mas eles não aceitaram".
O presidente da federação, Sérgio Niskier, que já havia manifestado preocupação com o carro, aplaudiu a decisão: "colocar um homem fantasiado de Hitler no alto do carro seria abuso ainda maior".
A alegoria que custou R$ 400 mil já foi desmontada. A 72 horas do Carnaval, a Viradouro terá que começar um novo carro. O carnavalesco Paulo Barros disse que amanhã a alegoria estará pronta. Se o setor do Holocausto não fosse substituído, a Viradouro teria sete carros. O mínimo exigido pela Liga Independente das Escolas de Samba é cinco.
O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, diz que a substituição da alegoria não prejudica a escola. "Basta que a escola envie, antes do desfile, errata para encaminharmos aos julgadores", explicou. Barros contou que pretendia levar um Hitler arrependido para a Avenida. "O Corintho, que desfilaria no carro representando Hitler, ia fazer uma interpretação de culpa", disse, referindo-se ao empresário Corintho Rodrigues.
O Dia
Carlos Moraes/O Dia
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